Por volta do dia 11 do mês passado, os dois partidos que dividem o governo da Palestina, o Hamas, do primeiro-ministro Ismail Haniyeh, e Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, entraram em confronto aberto devido a divergências quanto à postura do governo de coalizão em relação a Israel. Resultado: a morte de mais de 50 pessoas.
No entanto, não é aí que está o centro do conflito na região. Enquanto os dois grupos não chegam a um consenso de como alcançar o objetivo comum da criação do Estado livre palestino, o governo de Israel se aproveita da situação para bombardear o povo palestino, prender militantes e invadir territórios.
Quase que diariamente, desde o último dia
Em reunião com altos comandantes militares, o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, ordenou que o Exército “mantenha o ritmo ofensivo contra o Hamas, tanto em operações contra infra-estruturas terroristas, como contra comandos que se dirijam a lançar foguetes”. E ainda acrescentou: “todo mundo pode ver que a força que utilizamos atualmente é apenas uma fração das possibilidades que estão à nossa disposição”.
Para completar o quadro de arrogância israelense, na madrugada do dia 24, tropas de Israel invadiram o território palestino da Cisjordânia, e prenderam arbitrariamente 33 membros do Hamas, incluindo o ministro da Educação, Naser al Shaer, e o prefeito e o vice-prefeito da cidade de Nablus. “Por meio desta agressão, o governo israelense mais uma vez leva a região a um ciclo de violência, e assume a responsabilidade pelas conseqüências de suas ações”, declarou o porta-voz do palestino.
Nada mais imperialista do que promover a guerra contra uma outra nação mais frágil política e economicamente. Nada mais imperialista do que invadir territórios alheios visando à anexação. E nada mais fascista do que prender militantes políticos sem motivos nem prerrogativas legais. Esse é o verdadeiro conflito da região: uma nação imperialista que tenta a todo custo aniquilar o sonho de soberania de um povo oprimido.